O método foi desenvolvido em Bad Ragaz, na Suíça, em 1960. É uma técnica de tratamento exclusivamente na horizontal. São utilizadas as propriedades da água para se criar um programa de resistência para execução dos padrões.
Visa o fortalecimento, reeducação muscular, alongamento de tronco, relaxamento e inibição de tônus, propriocepção e analgesia.- São utilizados padrões em diagonal espiral, parecidos ao Kabat..
Histórico
Na primeira parte do século 20, os conhecimentos sobre os benefícios médicos dos movimentos começaram a se desenvolver. Então, em 1930, terapeutas começaram a tratar ativamente de pacientes com lesões periféricas ou diminuição no arco de movimento. Os terapeutas começaram a amarrar seus pacientes em pranchas ou macas na água, oferecendo resistência aos seus movimentos. Esses movimentos, geralmente, eram movimentos bi-dimensionais simples, utilizados em solo e copiados para a água.
No inicio dos anos 50, introduziram uma técnica onde colocavam nos pacientes flutuadores circulares e então os moviam aproximando e afastando do terapeuta. A resistência proporcionada pelo terapeuta era focada para atuar sobre problemas específicos do paciente. Esse método de Wildbad enfocava exercícios de estabilização e fortalecimento.
Em1967 Dr. Zinn e equipe refinaram e modificaram os exercícios de Knupfer.
Em 1967 Os fisioterapeutas Bridget Davis e Verena Laggatt incorporaram os padrões da FNP de Margareth Knott, no que resultou no método dos anéis de Bad Ragaz (MABR). De um ponto de vista neurofisiológico e de fisiologia do exercício, também o método de Wildbad não era satisfatório, por não atender aos princípios de especificidade e precisão.
Quando as técnicas de Kabat e Knott (1952, 1968) foram introduzidas na Europa no começo dos anos 60, terapeutas tentaram incluir os movimentos tridimensionais e diagonais na terapia aquática (Davies, 1967). Mas, foi somente o trabalho conjunto que permitiu alcançar um conceito satisfatório para a integração dos movimentos diagonais tridimensionais sob forma de um método de hidroterapia.
Contribuições do Dr. Knupfer
- Posição horizontal
- Suporte c/ flutuadores
- Desenvolveu planos de movimento envolvendo várias articulações
- Introduziu conceitos da neurofisiologia
- O fisioterapeuta como ponto fixo, estabilizador do movimento.
- As reações de estabilização adaptadas à tarefa
- Observaram-se sinergias nos padrões de movimentos
- Trabalho isotônico resistido dos grupos musculares agonistas e antagonistas
- A oportunidade clínica do uso do ex. em cadeia cinética fechada com segurança Knupfer introduziu a flutuação, turbulência, tensão superficial, e temperatura a 33,3ºc
Vantagens Terapêuticas
- Reduzir a dor - Complacência dos tecidos moles
- Reduzir o tônus muscular
- Promoção do relaxamento diferenciando o exercício na água do exercício na terra.
O Método Bad Ragaz praticado hoje internacionalmente, foi inicialmente desenvolvido em Bad Ragaz, na Suíça em 1950, 1960. O método aperfeiçoado foi então publicado por Egger (1990) como "O Novo Método dos Anéis de Bad Ragaz".
Características:
- Uso das propriedades da água como turbulência e flutuação são usados como suporte.
- Executar movimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos das articulações e músculos em padrões funcionais.
- Trabalhar com o paciente individualmente.
Equipamentos:
- Colar cervical
- Flutuador pélvico
- Flutuador de tornozelos.
Temperatura da água: 34º - 35º C
Objetivos:
- Aumentar a amplitude de movimento articular e a mobilidade dos tecidos nervosos e miofascial.
- Melhorar a função muscular e - Preparar os membros inferiores para a descarga de peso.
- Restaurar o padrão normal de movimento dos MMSS e MMII.
Indicações:
- Condições ortopédicas e neurológicas, por exemplo pré e pós operatório, após fratura artrite reuamatóide, osteoartrite, espondilite anquilosante.
- Pacientes de cirurgias torácica, cardíaca e mamária. - Condições neurológicas - Paraplegia
- Hemiplegia - Parkinson (com cautela).
- Condições neuromusculares - fortalecimento leve. - Lesões M.M.S e M.M.I.
- Disfunções traumato-ortopédicos em que o paciente apresenta déficit cinético-funcional envolvendo ADM, ↑ força, dor, ler-dort, lombalgias.
- Doenças reumáticas (fibromialgias, artroses e artrites).
- Qualquer condição que envolva déficit de musculatura de tronco ou cinturas.
- Utilização juntamente com técnicas funcionais.
- Patologias ou condições de fraqueza de tronco, estabilidade proximal diminuída.
- Distrofia simpático reflexa.
- Lesões do Sistema Nervoso Central (SNC). Mostra excelente resposta aos movimentos passivos para alongamento, ganho de ADM, relaxamento e inibição de tônus. Exemplos: AVC, Parkinson, TCE, etc.
Contra-indicações e precauções:
- Programas devem ser planejados para evitar a fadiga dos pacientes (a liberdade da água pode encorajar atividades demasiadas).
- Pacientes que se encaixam nas contra-indicações da hidroterapia.
- Os pacientes recebem uma grande quantidade de estímulo vestibular durante o tratamento ( evite tonturas).
- Cautela durante o tratamento dos pacientes com condições agudas de coluna ou extremidades, devido a possibilidade de alongar demasiadamente articulações doloridas edemaciadas e com frouxidão.
- Pacientes com condições neurológicas onde exercícios ativos e resistidos aumentam a espasticidade em tronco ou membros ou na presença de hipertonia.
- Dor, quadros agudos e instabilidade articular.
- Posicionar-se adequadamente, utilizar mecânica correta.
- Evitar fadiga excessiva.
- Utilizar cuidadosamente as técnicas com pacientes espásticos.
- Monitorar o estímulo excessivo do aparelho vestibular.
Técnicas:
Isotônica
Neste exercício, a resistência é graduada e controlada pelo fisioterapeuta, o qual age como um estabilizador movendo-se a partir do movimento do paciente na água. O fisioterapeuta pode aumentar ou diminuir a resistência, movimentando o paciente na mesma direção (assistido), ou em direção oposta ao movimento (resistido).
Isocinética
Neste exercício, a resistência é graduada e controlada pelo paciente, o fisioterapeuta atua como um fixador enquanto o paciente se movimenta. O fisioterapeuta fixa parte do corpo, enquanto o paciente determina a quantidade de resistência proporcionalmente à velocidade do movimento.
Passiva
O paciente é movimentado na água, com a utilização dos padrões para relaxamento, alongamento de tronco e coluna e inibição de tônus. Utilizado principalmente em casos de dor ao se realizar o movimento ativo (analgésica) e para ganho de ADM. Também para ensinar o padrão ao paciente (propriocepção).
Isométrica
O exercício isométrico na água é realizado quando o paciente mantém determinada posição, enquanto é movido na água. A posição do paciente é fixa, sendo que a água provê a resistência para a contração sustentada do paciente.
Obs. Os padrões de MMSS e MMII podem ser realizados unilateralmente ou bilateralmente. Ainda em relação aos padrões bilaterais, podem ser simétricos ou assimétricos.
Posicionamento
O paciente utiliza colar cervical e cinturão pélvico ao nível L1 - S2, podendo-se utilizar “caneleiras”.
Características encontradas nas técnicas Bad Ragaz e Kabat:
- Trabalho com resistência máxima;
- Contatos manuais específicos e corretos;
- Aproximação (compressão) das articulações durante execução de determinados padrões;
- Tração (separação) das articulações para execução de determinados padrões;
- Comando verbal firme, curto e preciso durante toda sessão;
- Iniciação rítmica;
- Estabilização rítmica;
- Irradiação (inicio pelo lado são para irradiar o aprendizado para a execução no lado lesado. Também de músculo fortes irradiando para músculos fracos.);
- Contatos proximais e distais;
- Pode-se monitorar o esforço do paciente durante toda a ADM.
Relação fisioterapeuta e técnica
• A técnica exige proporção de 1/1.
• O nível da água não deve ser superior a T8-T10 ou axilar.
• Uso de calçado.
• Pesos nos tornozelos ou cinturões de lastro podem estabilizar o fisiot.
• Posicionamento em geral 1 pé a frente do outro.
Diretrizes do Tratamento
• Atendimentos iniciais de 5`- 15` evitando a fadiga
• Evolução até 30`
• Técnicas de exercícios passivos podem reduzir a hipertonia
• Selecionar grupos p/ evitar ↑ da espasticidade
Progressão do exercício Resistência
Quando o corpo é movido ou move-se através de água, a resistência encontrada é a somatória da pressão negativa de trás do objeto, juntamente com as forças de atrito na frente do objeto.
Velocidade → ↑ fluxo turbulento → ↑ resistência.
Como aumentar a resistência ao movimento
1. Adição de anéis flutuadores ou palmares.
2. a amplitude de movimento (partir da posição totalmente flexionado).
3. Alteração do braço de alavanca.
4. Mudança da resistência de proximal para distal.
5. da velocidade do movimento.
6. Alteração da direção de movimento.
7. Uso de inversões rápidas e padrões recíprocos para ↑ do arrasto global.
8. do suporte de flutuação.
Símbolos V: flexão /: extensão RE: rotação externa; RI: rotação interna ABD: abdução ADU: adução
Padrões Passivos de Tronco
Alongamento passivo de tronco com contato pélvico
Alongamento passivo de tronco com contato dorsal
Alongamento passivo de tronco com contato no cotovelo
Padrões Isométricos de Tronco
Flexão lateral isométrica de tronco com tronco neutro
Flexão isométrica
Extensão isométrica de tronco
Rotação isométrica de tronco
Flexão lateral isométrica de tronco com tronco em posição neutra
Rotação isométrica de tronco com flexão de tronco
Rotação isométrica de tronco com extensão de tronco
Padrão Isocinético de Tronco
Flexão lateral isocinética de tronco
Padrões Isotônicos de Tronco
Tronco nº 1: flexão lateral isotônica de tronco
Tronco nº 2: rotação isotônica com flexão
Tronco nº 3: rotação isotônica de tronco com extensão
Padrões de Membros Inferiores (MMII)
MI com descarga de peso
MI simétrico bilateral
MI assimétrico bilateral
Padrões de Membros Superiores
MS unilateral
MS simétrico bilateral
MS assimétrico bilateral
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