sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Avaliação Fisioterapêutica do Joelho Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João


1. Anatomia Aplicada

Articulação Tibiofemoral:
  • É uma articulação em dobradiça modificada que possui 2 graus de liberdade;
  • Posição de repouso: 25° de flexão;
  • Posição de aproximação máxima: extensão completa, rotação lateral da tíbia.



Articulação Patelofemoral:
  •  É uma articulação plana modificada;
  •  A patela melhora a eficiência da extensão durante os últimos 30° de extensão.
Articulação Tibiofibular Superior:
  •  É uma articulação sinovial plana entre a tíbia e a cabeça da fíbula.
2. História Clínica
  •  Como ocorreu o acidente, ou qual foi o mecanismo de lesão?
  • De que direção veio a força lesiva?
  •  O que o paciente é capaz de fazer funcionalmente?
  • Há qualquer “estalido” ou houve um estalo quando ocorreu a lesão?
  •  A lesão ocorreu durante a aceleração, desaceleração ou quando o paciente estava se movendo a velocidade constante?
  • Há dor? Onde? Que Tipo? É difusa? Contínua? Retropatelar?
  • Certas posições ou atividades têm efeito aumentado ou diminuído sobre a dor?
  • O joelho “falseia”(instabilidade no joelho)?
  • O joelho alguma vez bloqueou-se?
  • Há rangido ou estalido no joelho?
  • A articulação está inchada?
  • A marcha é normal?
  • Que tipo de calçado o paciente utiliza?
3. Observação e Triagem
  •  Exame das outras articulações adjacentes, acrescentando uma avaliação postural global;
  • Observação Geral: evidência de dano tecidual, edema, temperatura, hipersensibilidade, estalido ou crepitação.

4. Inspeção
Vista Anterior, em pé:
  •  Identificação de joelho valgo e de joelho varo;
  •  Anormalidades patelares, como patela alta, patela baixa e patelas medializadas;






Vista Lateral, em pé
  •  Permite avaliar os joelhos hiperestendidos e as anormalidades patelares.




Vista Posterior, em pé
  •  Visualização das anormalidades em valgo e em varo e permite a observação direta da área poplítea.




Vista Anterior e Laterais, sentado
  •  Posicionamento da patela, alterações ósseas e aumento anormal de volume;
  •  Observação de torção tibial.






Marcha

  •  Notar alterações no comprimento do passo, velocidade da marcha, cadência ou desvio linear e angular;
  • Observar a presença de movimentos anormais da patela, pelve, quadril e tornozelo.

5. Palpação
  •  Palpação anterior com o joelho estendido (patela, tendão patelar, superfície cartilaginosa da patela, músculo Quadríceps e Sartório, lig. colateral medial e pata de ganso, tensor da fáscia lata, trato iliotibial e cabeça da fíbula);
  • Palpação anterior com o joelho flexionado (linha articular tibiofemural, platô tibial, côndilos femorais e músculos adutores);
  • Palpação posterior com o joelho ligeiramente flexionado (face posterior, face pósterolateral póstero-medial da artic. do joelho, músculos posteriores da coxa e gastrocnêmio).





6. Mobilidade dos Segmentos

Triagem para amplitude de movimento:
  • Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações.
  •  Movimentos Ativos: Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio. Objetivo: o examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de movimento do indivíduo.
  • Movimentos Passivos: Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do indivíduo. A ADM passiva fornece ao fisioterapeuta a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos (Levangie & Norkin, 1997).
6.2 Movimento Ativo

O fisioterapeuta deve observar:
  • Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor;
  • Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor;
  • A quantidade de restrição observável;
  • O padrão de movimento;
  • O ritmo e a qualidade do movimento;
  • O movimento das articulações associadas;
  • Qualquer limitação e sua natureza.
6.3 Movimento Passivo

O fisioterapeuta deve observar:
  •  Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor;
  • Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor;
  •  O padrão de limitação do movimento;
  •  A sensação final do movimento;
  •  O movimento das articulações associadas;
  •  A amplitude de movimento disponível.




7. Goniometria
  •  Método para medir os ângulos articulares do corpo;
  •  É utilizado pelos fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção fisioterapêutica mais adequada e, ainda documentar a eficácia da intervenção.
7.1 Informações dos dados goniométricos
  •  Determinar a presença ou não de disfunção;
  •  Estabelecer um diagnóstico;
  •  Estabelecer os objetivos do tratamento;
  •  Direcionar a fabricação de órteses;
  •  Avaliar a melhora ou recuperação funcional;
  •  Modificar o tratamento;
  •  Realizar pesquisas que envolvam a recuperação de limitações articulares
7.2 Amplitude Articular- Goniometria

7.2.1 Flexão do Joelho

  •  Ocorre no plano sagital entre os côndilos do fêmur e da tíbia;
  •  Amplitude articular: 0°-140° (Marques, 2003), 0°-135° (Magee, 2002) e 0°-120°/130° (Palmer & Epler, 2000).





Precauções

  •  Evitar a rotação do quadril, assim como a extensão e qualquer flexão adicional;
  •  Anotar o grau de flexão do quadril, se não for de 90 graus;
  •  Manter a articulação do quadril fletida para evitar o estiramento do músculo reto femoral.
7.2.2 Extensão do Joelho

  •  Corresponde ao retorno a partir de sua flexão e ocorre no plano sagital;
  •  Amplitude articular: 140°-0° (Marques, 2003), 135°-0° (Magee, 2002) e 120°/130°-0°(Palmer & Epler, 2000).
8. Movimento do Jogo Articular

  • O teste para folga articular determina a integridade da cápsula;
  •  A folga articular deve ser sempre avaliada na posição destravada (decoaptação aberta) na qual a frouxidão da cápsula e dos ligamentos é maior e o contato ósseo é menor.
  • Deslizamento para trás da tíbia sobre o fêmur;
  •  Deslizamento para a frente da tíbia sobre o fêmur;
  •  Translação medial da tíbia sobre o fêmur;
  •  Translação lateral da tíbia sobre o fêmur;
  •  Deslocamento medial e lateral da patela;
  •  Depressão da patela;
  •  Movimento ântero-posterior da fíbula sobre a tíbia.
9. Princípios dos testes de comprimento muscular
  • A finalidade da avaliação do comprimento muscular (flexibilidade) consiste em determinar se a ADM que ocorre em uma articulação é limitada ou excessiva em virtude das estruturas articulares intrínsecas ou dos músculos que cruzam as articulações;
  • O comprimento do músculo é determinado pela distância entre as extremidades proximal e distal do músculo, sendo medido por seu efeito sobre a ADM da articulação.
9.1 Testes de comprimento muscular

  •  Músculos flexores do joelho (Bíceps Femoral);
  • Músculos extensores do joelho (Vasto Lateral, Vasto Medial e Vasto Intermédio).




10. Testes Musculares Manuais
  •  parte integrante do exame físico, fornecendo informações úteis no diagnóstico diferencial, prognóstico e tratamento de patologias musculoesqueléticas e neuromusculares;
  • A avaliação da força muscular manual deve ocorrer quando forem descartadas outras limitações articulares ou musculares (encurtamentos) impedindo ou dificultando o movimento.
  • Músculos do Quadríceps Femoral;
  • Músculos: Bíceps Femoral, Semimembranáceo, Semitendíneo.




11. Avaliação Funcional

  •  “Sistema de graduação para o joelho de Cincinatti” ( FR. Noyes, GH McGinniss & lA Mooar, Sports Med. 1:287-288, 1984). 
  • Sistema de graduação funcional para pessoas ativas;
  • Escala para o joelho da Knee Society ( JN De Insall, LD Dorr, RD Scott & WN Scott Clin. Orthop. 248:14, 1989).

11.1 Testes funcionais seqüenciais para o joelho

  • andar; 
  • subir e descer escadas;
  • agachamento;
  • correr na reta para frente;
  • correr na reta para a frente e parar sob comando.
12. Estabilidade Ligamentar

  • Ligamentos Cruzados;
  • Ligamentos Colaterais.




13. Testes Clínicos Especiais

  • Lesões do menisco;
  • Comprimento das pernas;
  • Medição de Volume Muscular (Medições Antropométricas).




Referências Bibliográficas
1. Marques AP. Ângulos articulares dos membros inferiores. In: Manual de Goniometria. 2 ed. São
Paulo: Manole; 2003. p.40.
2. Magee DJ. Joelho In: Magee, DJ, editor. Disfunção Musculoesquelética. 3 ed. São Paulo: Manole;
2002. p.525-619.
3. Palmer, LM.; Epler, ME. Joelho: In: Palmer, LM.; Epler, ME. Fundamentos das Técnicas de
Avaliação Musculoesquelética. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p.275-301.
4. Gardner E, Gray DJ, O’Rahilly R. Anatomia. Estudo Regional do Corpo Humano. 4 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
5. Hoppenfeld, S. Exame do Joelho. Propedêutica Ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de
Janeiro: Atheneu, 1987. p.179-206.
6. Kapandj IA. Joelho. In: Fisiologia Articular. São Paulo: Manole, 1987. p. 169-251.
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